Pessoas fazem procedimento de risco para mudar a cor dos olhos

Você já imaginou ter a possibilidade de alterar a cor dos seus olhos para a qual deseja? Essa prática, conhecida como ceratopigmentação, tem sido realizada há séculos para tratar lesões corneanas como leucoma e coloboma traumático de íris. No entanto, nos últimos anos, o tratamento vem sendo utilizado para procedimento estético.


O tratamento, que consiste na injeção de pigmentos metálicos ou não-metálicos, surgiu como uma alternativa para pacientes com cicatrizes corneanas periféricas ou intolerância às lentes de contato. A técnica foi originalmente desenvolvida para melhorar a qualidade de vida de pacientes que perderam a visão e a cor dos olhos devido a doenças.


Apesar de sua potencial utilidade em casos específicos, a ceratopigmentação é proibida no Brasil para fins estéticos. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) desaconselha fortemente a prática, alertando para possíveis danos irreversíveis à visão como riscos de lesões, aumento de pressão ocular, infecções, indução de astigmatismo e degenerações da córnea.


Segundo especialistas, qualquer problema nesses casos pode levar à necessidade de transplante e até mesmo resultar em cegueira total ou parcial devido a úlceras corneanas.


Foi o que aconteceu com a namorada da modelo brasileira, Layyons Valença, que perdeu boa parte da visão em um procedimento realizado nos Estados Unidos, segundo informa uma matéria do Fantástico


O oftalmologista Pedro Javier, destaca que, embora a ceratopigmentação já tenha sido realizada no Brasil, ainda existe uma falta de conhecimento sobre os resultados a médio e longo prazo.


Muito dessa busca em mudar a cor dos olhos por estética, pode estar associada ao Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), um distúrbio psicológico em que indivíduos têm uma visão distorcida de sua própria aparência, muitas vezes focalizando em características mínimas e imaginando defeitos inexistentes. 


Indivíduos com TDC são impulsionados a buscar procedimentos invasivos, na esperança de corrigir uma percepção distorcida de sua aparência.


O tratamento para o TDC envolve abordagens psicoterapêuticas, terapia cognitivo-comportamental e, em alguns casos, medicamentos. É essencial abordar questões psicológicas subjacentes antes de considerar procedimentos invasivos como esse, para evitar impactos adversos na saúde mental e física dos pacientes.


Foto: Canva

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