A educação financeira tem ganhado espaço no Brasil como uma ferramenta essencial para enfrentar os desafios econômicos e melhorar a qualidade de vida.
Segundo dados do Banco Central do Brasil, em 2024, cerca de 40% dos brasileiros afirmaram ter algum tipo de dívida, muitas vezes devido à falta de planejamento financeiro. Esse cenário, agravado por inflação persistente e juros altos, tem impulsionado iniciativas privadas para ensinar a população a gerir melhor seu dinheiro.
A Nubank, uma das maiores fintechs do país, anunciou em janeiro de 2025 o programa "Núcleo de Educação Financeira", oferecendo workshops online gratuitos que já alcançaram 500 mil usuários.
"Nosso objetivo é democratizar o acesso ao conhecimento financeiro, porque acreditamos que isso empodera as pessoas", afirmou Cristina Junqueira, cofundadora da empresa, em entrevista ao portal G1.
Além disso, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) registrou um aumento de 30% na procura por consultorias financeiras para pequenos empreendedores em 2024, refletindo a busca por estabilidade em um mercado volátil.
Especialistas destacam que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país está abaixo da média global em alfabetização financeira, com apenas 35% dos adultos demonstrando compreensão básica sobre juros compostos e inflação.
Contudo, o avanço de políticas públicas e a adesão da população sinalizam, talvez, para uma mudança cultural. "A educação financeira não é só sobre dinheiro, é sobre liberdade e segurança", explica o economista Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, em um seminário realizado em São Paulo em abril de 2025.
Para os brasileiros, os benefícios vão além dos números. Histórias de pessoas que saíram do endividamento para abrir negócios próprios ou garantir a educação dos filhos têm se multiplicado, mostrando que o conhecimento financeiro pode, de fato, transformar realidades.
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