Ninguém sabe ao certo como estão as gêmeas geneticamente editadas na China

Em novembro de 2018, o mundo científico foi abalado pela revelação de que o cientista chinês He Jiankui havia utilizado a tecnologia CRISPR para editar geneticamente os embriões de duas meninas, conhecidas pelos pseudônimos "Lulu" e "Nana", visando torná-las resistentes ao HIV. 


A iniciativa foi amplamente condenada por violar normas éticas e regulatórias internacionais.


Após uma investigação conduzida pelas autoridades chinesas, He Jiankui foi condenado a três anos de prisão por práticas médicas ilegais e por falsificar documentos de aprovação ética. Ele foi libertado em abril de 2022.


Desde então, He Jiankui tem tentado retornar ao cenário científico. Ele afirma estar conduzindo pesquisas sobre terapias genéticas para doenças como Alzheimer e distrofia muscular de Duchenne, utilizando embriões humanos não viáveis e modelos animais. 


No entanto, sua reintegração à comunidade científica tem sido recebida com ceticismo, e ele enfrenta restrições, como a revogação de seu visto para Hong Kong devido a declarações falsas.


Em relação às crianças geneticamente editadas, informações oficiais são escassas, mas He Jiankui afirmou que as meninas, agora com cerca de seis anos, estão saudáveis e frequentam a escola primária na China. 


Uma terceira criança, também resultado de edição genética, estaria sendo criada por uma mãe solteira. No entanto, especialistas alertam que as modificações genéticas realizadas podem ter consequências imprevistas a longo prazo.


Em resposta ao escândalo, a China implementou regulamentações mais rigorosas sobre a edição genética humana. A partir de 2020, o Código Civil e a Lei Penal chineses proíbem explicitamente a edição genética de embriões humanos para fins reprodutivos, com penas que podem chegar a sete anos de prisão.


Apesar das medidas, especialistas internacionais expressam preocupações sobre a eficácia da supervisão regulatória na China, especialmente no setor privado, e alertam para o risco de negligência ética em meio à corrida global por avanços biotecnológicos.


Foto: Ilustração

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