Sensor portátil permite detectar doenças como câncer, gota e Parkinson através da urina

Um avanço científico brasileiro promete revolucionar o monitoramento de biomarcadores na urina, trazendo facilidade e praticidade para pacientes que necessitam acompanhar de perto sua saúde.


Desenvolvido por pesquisadores das universidades de São Paulo (USP) e Federal de Viçosa (UFV), o sensor, revelado em um estudo publicado no Chemical Engineering Journal, oferece uma solução inovadora para aqueles que precisam monitorar biomarcadores como ácido úrico e dopamina em casa.


O dispositivo, com custo de produção inferior a R$ 0,50, consiste em uma tira de sensor flexível contendo eletrodos. Ao ser conectado a um analisador portátil e receber algumas gotas de urina humana, é capaz de medir uma ampla gama de biomarcadores moleculares em apenas três minutos, dispensando etapas prévias de pré-tratamento da amostra. 


As informações são então exibidas em dispositivos móveis como smartphones, laptops ou tablets, graças à comunicação sem fio via bluetooth.


Testes realizados durante o estudo, que recebeu apoio da FAPESP, analisaram os níveis de ácido úrico e dopamina na urina. 


O ácido úrico é considerado um biomarcador para várias doenças, enquanto a dopamina desempenha funções vitais em diversos sistemas do corpo humano.


O desempenho do sensor foi comparado ao método padrão-ouro utilizado em laboratórios de análises clínicas, demonstrando sua eficácia e precisão.


Paulo Augusto Raymundo-Pereira, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), destaca que "a integração de sensores químicos eletrônicos com dispositivos portáteis permite monitorar continuamente e remotamente os principais sinais vitais, níveis de metabólitos e biomarcadores dos pacientes em tempo real para apoiar a saúde e o bem-estar."


Além de sua eficiência, o novo sensor também se destaca por seu compromisso com a sustentabilidade. Ao contrário de dispositivos eletrônicos portáteis convencionais, feitos de plásticos à base de petróleo, este foi desenvolvido utilizando filmes biodegradáveis de poliácido lático (PLA). 


Esta escolha não apenas contribui para atender aos requisitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU na Agenda 2030, mas também mostra um caminho para a inovação ambientalmente consciente na área da saúde.


Raymundo-Pereira explica: "O PLA é um poliéster biodegradável, reciclável, compostável, de base biológica, derivado de recursos naturais renováveis. Foi escolhido por nós devido às suas características intrínsecas e desejáveis, contribuindo para uma solução mais sustentável."


Este avanço promissor promete não apenas melhorar a qualidade de vida dos pacientes que necessitam monitorar seus biomarcadores regularmente, mas também estabelecer um novo padrão para dispositivos médicos mais sustentáveis e acessíveis.


Fonte e foto: Agência Fapesp



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