Gangues faturam trilhões com tráfico humano, alerta Interpol

O tráfico humano, impulsionado pelo crime organizado no sudeste asiático, atingiu proporções alarmantes, rendendo até US$ 3 trilhões anualmente, revelou a Interpol. 


Esse flagelo, que antes era considerado uma ameaça regional, agora se tornou uma crise global. Jurgen Stock, secretário-geral da organização internacional, enfatizou que as gangues criminosas estão diversificando suas atividades ilícitas, utilizando redes de contrabando não apenas para o tráfico de drogas, mas também para a movimentação ilegal de seres humanos, armas e produtos roubados. 


O montante arrecadado pelo crime organizado, estimado em US$ 50 bilhões anualmente por um único grupo internacional, ressalta a magnitude dessa problemática.


"Esses grupos criminosos, impulsionados pelo anonimato online e influenciados pela pandemia, estão operando em uma escala sem precedentes", afirmou Stock durante uma comissão em Cingapura. 


"Hoje, é provável que uma instituição financeira seja roubada por meio de um teclado do que por uma arma física. O tráfico humano no sudeste asiático evoluiu para uma crise global, afetando milhões de vítimas em todo o mundo", acrescentou ele.


A Interpol destacou suas operações na região, resultando em milhares de prisões e na apreensão de centenas de milhões de dólares em ativos ilegalmente obtidos. 


Testemunhos de sobreviventes, campanhas de organizações não governamentais e reportagens midiáticas têm exposto cada vez mais as atividades das gangues de fraude online, que exploram muitas vezes o trabalho escravo para atingir vítimas em todo o mundo.


As vítimas, frequentemente enganadas com ofertas de emprego falsas, acabam presas em complexos fraudulentos onde enfrentam abusos severos, incluindo trabalho forçado e detenção arbitrária. 


Segundo a ONU, centenas de milhares de pessoas são traficadas para atividades criminosas online em toda a Ásia, com relatos de condições que se assemelham à escravidão moderna.


Mianmar emergiu como um centro-chave para essas atividades, com a China buscando conter o crime transfronteiriço que afeta seus cidadãos. Apesar dos esforços para conter as operações fraudulentas, os senhores da guerra locais continuam a explorar dezenas de milhares de pessoas, principalmente chineses, obrigando-as a participar de esquemas sofisticados de fraude online.


Em outras partes da região, como nas Filipinas, os cassinos ilegais têm servido como fachada para atividades criminosas, com autoridades lutando para combater essa tendência crescente. 


Recentemente, uma operação policial resgatou mais de 800 vítimas de um centro de fraudes de romance online, onde eram forçadas a participar de esquemas de extorsão.


Os golpistas também estão adotando técnicas mais avançadas, como o uso de inteligência artificial para enganar corporações. Um caso em Hong Kong envolveu o pagamento de US$ 25 milhões por um funcionário financeiro enganado por uma tecnologia deepfake, evidenciando a sofisticação dos criminosos.


Fonte: CNN

Foto: Internet

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