Brasil enfrenta desafio na distribuição de médicos: qualidade profissional em xeque

O Brasil se vê diante de um desafio complexo: equilibrar a distribuição de médicos em todo o território nacional, assegurando acesso adequado aos profissionais de saúde em todas as regiões. 


Nos últimos anos, o país tem observado um aumento considerável no número de médicos formados anualmente, totalizando cerca de 546 mil em atividade até agora.


Isso representa uma proporção de 2,56 médicos para cada mil habitantes, índice próximo ao de nações como os Estados Unidos. Esse crescimento está diretamente relacionado ao surgimento de um grande número de escolas médicas na última década.


Apesar desse aumento quantitativo, a distribuição de médicos pelo Brasil ainda é desigual. A maioria esmagadora, mais de 290 mil, está concentrada nas capitais, atendendo apenas 24% da população brasileira. As regiões do Norte, por exemplo, têm carências significativas de profissionais de saúde. 


Além disso, a média de idade dos médicos brasileiros é de 45 anos, sendo que a tendência é de rejuvenescimento da classe. Os estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul apresentam as médias de idade mais elevadas, com 50,3 e 47,8 anos, respectivamente, enquanto Tocantins e Rondônia têm médicos mais jovens, com média de idade de 41 anos. 


As mulheres representam cerca de 49,08% do total e devem desempenhar um papel cada vez mais importante na profissão nos próximos anos.


Para driblar esse desafio, é essencial avaliar não apenas a quantidade, mas também a qualidade das escolas médicas. Políticas que incentivem a fixação de médicos em áreas menos atendidas são fundamentais para garantir um sistema de saúde mais robusto e inclusivo para todos.



Entretanto, parte dos formandos em medicina enfrenta a perspectiva de não encontrar lugar na atividade. 


A abertura de mais de cem novas faculdades de medicina nos últimos anos levanta preocupações sobre a qualidade da formação desses indivíduos, especialmente quando muitas delas carecem de hospitais-escola e docentes experientes.


Isso pode acarretar em custos adicionais e afetar principalmente a população mais carente, que não tem acesso a centros médicos de excelência. Os planos podem ser pressionados a aceitar profissionais menos capacitados em seus quadros, o que pode comprometer o atendimento.


Diante dessa realidade, é essencial um esforço conjunto para garantir não apenas a quantidade, mas também a criação de médicos aptos, visando a construção de um sistema de saúde mais eficiente e acessível.


Foto: Canva

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