Fentanil: do laboratório à linha de frente da crise de saúde nos Estados Unidos

Antes de se tornar o centro de uma crise de abuso de drogas, o fentanil emergiu de uma mente visionária. O Dr. Paul Jansen, um jovem de 27 anos à frente da Jansen Pharmaceuticals nos anos 50, ousou sonhar além dos limites da indústria tradicional. Ele não queria, apenas, vender medicamentos; mas também criá-los. E assim, nasceu o fentanil, inicialmente conhecido como Sublimaze.


A história desse opioide começou como uma solução para a intensa dor causada pela intubação orotraqueal. Aqui está um fato interessante: o processo de intubação muitas vezes causa mais dor ao paciente do que a própria incisão cirúrgica. Imagine então o poder que uma substância deve ter para aliviar tamanha agonia. 


O medicamento, sintetizado por Jansen em 1959, era a resposta. Com seu efeito anestésico rápido e potente, logo se tornou uma ferramenta crucial em procedimentos médicos.


A figura de Dr. Paul não apenas moldou o destino da Jansen Pharmaceuticals, como acabou deixando um legado. Ele não se contentou em apenas comercializar remédios, mas buscou incessantemente novas descobertas terapêuticas. O analgésico foi apenas um dos mais de 80 compostos desenvolvidos sob sua liderança, incluindo o revolucionário Haloperidol.


Contudo, a potência que tornou o fentanil uma ferramenta valiosa na medicina também o transformou em uma ameaça letal nas ruas. Uma dose letal pode ser tão pequena quanto 2 mg, o equivalente a alguns grãos de areia. 

Crise de saúde pública

A crise dos opioides nos Estados Unidos tem se agravado nos últimos anos, com o fentanil sendo um dos principais responsáveis pelas mortes por overdose, “com a taxa de mortalidade crescendo de forma acentuada”, diz um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).

Em 2023, mais de 100 mil pessoas morreram por overdose, sendo que 66% delas estavam ligadas ao fentanil; a maioria do produto ilegal entra no país a partir do México e são feitos com produtos químicos provenientes da China, segundo o Drug Enforcement Administration (DEA), órgão federal encarregado da repressão e do controle de narcóticos.

Leia mais: Por que o analgésico fentanil está matando milhares nos Estados Unidos e Europa?

Foto: internet

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