Livro "Suzane: Assassina e Manipuladora" tem histórias tão fortes que parece obra de ficção

A vida de Suzane Von Richthofen na cadeia me lembrou muito a história de Mary Bell, uma menina de 11 anos que matou duas crianças no ano de 1968. Ambas aprenderam, no carcere, como usar o sexo e a sexualidade para conseguir o que queriam. Descobriram a arte da manipulação e como funcionavam os jogos de poder. Mas um grande capítulo separa uma narrativa da outra: a infância.


Richthofen, mesmo não recebendo muito carinho durante seus tempos de menina - ainda, sim, era bem tratada pelos pais. Nunca houve histórico de agressões: nem com ela e muito menos com seu irmão, Andreas. Já Mary Bell foi por diversas vezes violentada quando ainda era criança, passou por inúmeras dificuldades com a mãe e sofreu um bocado mais. Mas claro que nada justifica o que fizeram.


Suzane: Assassina e Manipuladora

No livro “Suzane: Assassina e Manipuladora”, o autor e jornalista Ullisses Campbell - conta, detalhadamente, como foi a vida da moça desde que conheceu os irmãos Cravinhos até o ano em que ganhou o regime semiaberto. 


A morte dos Richthofen foi um dos casos midiáticos mais conhecidos da televisão brasileira por dois motivos: primeiro - pela crueldade como ocorreu o crime e, segundo: porque Manfred Albert Von Richthofen era engenheiro civil da Dersa (Engenharia de Desenvolvimento Rodoviário SA) - uma empresa de economia mista, controlada pelo Governo do Estado de São Paulo.


O que impressiona na obra-prima de Ullisses é a profundidade com que o autor narra os fatos e a vida dos personagens principais desse enredo terrível que mais parece ficção, daqueles filmes bem macabros. 


Diante de tanta crueldade, fica difícil não se deparar com gatilhos fortíssimos de histórias abomináveis que o autor conta sobre os Richthofen e também de outras pessoas que passaram pela vida dos assassinos. 


Violências que nunca conseguiremos entender como foram possível de acontecer; e duvidar da humanidade no decorrer da leitura é algo simples de fazer. Afinal, sabemos que existem muito mais pessoas boas nesse mundo, mas as poucas que cometem tamanhos absurdos nos fazem sentir vergonha da raça humana.


E não é só isso, o livro também desperta algo interessante durante os capítulos iniciais. Você começa a achar que Suzane não foi tão manipuladora como a mídia fez parecer, e que o amor cego e louco que o casal de assassinos sentia um pelo outro fez com que eles pensassem que não haveria caminho melhor a não ser o acometimento do crime.  


Mas agora, após anos fazendo julgamentos exacerbados, todos podem ler essa obra e tirar as próprias conclusões sobre como tudo começou e aconteceu, além de acompanhar a vida de cada um na cadeia. 

Como está Suzane hoje

A assassina dos pais ganhou o direto de viver em liberdade desde janeiro de 2023, por tanto que informasse para à justiça o seu paredeiro e fizesse tratamento psiquiátrico e psicológico. 


Suzane Von Richthofen vive hoje em Bragança Paulista, no interior de São Paulo; também está em uma união estável e deu à luz a uma menina no último dia 26 de janeiro de 2024. 


Ela foi condenada a 39 anos de prisão, mas permaneceu na penitenciária feminina de Tremembé, em São Paulo, por 20 anos. Passou para o regime semiaberto em 2015 e foi solta no ano passado


Foto: Ilustração

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