Uma adolescente de 16 anos morreu após ser atingida por um raio enquanto caminhava em uma trilha no estado de Utah, nos Estados Unidos, na última sexta-feira (30).
Segundo as autoridades locais, a jovem estava acompanhada de um amigo, que também foi ferido pela descarga elétrica, mas sobreviveu. O caso reacende a atenção para os riscos e as formas de prevenção desse fenômeno natural.
O que é um raio e como ele se forma?
Um raio é uma descarga elétrica que tem origem na dinâmica das nuvens em uma tempestade. As partículas de gelo e água que as compõem estão em constante movimento e o atrito gerado faz com que elas se carreguem eletricamente.
Assim, a nuvem fica com uma região positiva e outra negativa, criando um campo elétrico entre elas. Quando esse campo elétrico fica muito intenso, ele rompe a capacidade de isolamento do ar e provoca uma corrente de elétrons entre as regiões carregadas.
Essa corrente é o que chamamos de raio, que pode ocorrer dentro da nuvem, entre duas nuvens ou entre a nuvem e o solo.
O raio é um fenômeno muito rápido, que dura apenas alguns milissegundos, mas muito poderoso, podendo atingir temperaturas de até 30 mil graus Celsius e intensidades de até 200 mil ampères.
Por isso, ele pode causar danos graves a pessoas, animais, construções e equipamentos elétricos. Além disso, o raio produz dois efeitos secundários: o relâmpago e o trovão.
O relâmpago é o clarão que vemos no céu quando o raio acontece, causado pela ionização do ar pela corrente elétrica. O trovão é o som que ouvimos após o relâmpago, causado pela expansão rápida do ar aquecido pelo raio.
Como se proteger dos raios?
Os raios são fenômenos imprevisíveis e inevitáveis, mas existem algumas medidas que podem reduzir os riscos de sermos atingidos por eles. A principal delas é evitar ficar em locais abertos ou expostos durante uma tempestade.
Locais altos, como montanhas, torres e árvores, também devem ser evitados, pois atraem mais os raios. O ideal é buscar abrigo em um local fechado e seguro, como uma casa ou um carro.
Dentro de casa, é recomendável desconectar os aparelhos elétricos da tomada e evitar usar o telefone fixo ou celular com fio. Também é aconselhável não ficar perto de janelas ou portas metálicas e não tocar em objetos metálicos.
Se não houver um local seguro por perto, a pessoa deve se agachar no chão, com os pés juntos e as mãos na cabeça, tentando ficar o mais baixo possível.
Segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC), os Estados Unidos registram cerca de 40 milhões de raios por ano, sendo o terceiro país com maior incidência de raios no mundo, atrás apenas do Brasil e da República Democrática do Congo.
O estado da Flórida é o líder no ranking nacional, com cerca de 1,2 milhão de raios anuais e com uma média de 10 mortes por ano entre 2008 e 2017.
O Brasil, por ser o país com maior incidência de raios no mundo, registra cerca de 77 milhões de raios por ano, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Só o estado de São Paulo tem 13 milhões de raios e mais de 300 pessoas morrem anualmente no Brasil vítimas de raios. A maioria dos casos ocorre em áreas rurais ou urbanas sem infraestrutura adequada.
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