A blockchain, que é a base das criptomoedas, está se tornando cada vez mais integrada aos sistemas financeiros existentes. Usando essa tecnologia, os bancos podem realizar transações mais baratas, eficientes e seguras, além de facilitar o empréstimo entre pares. Uma indústria que pode crescer até 150 bilhões de dólares até 2025.
O que é blockchain?
Blockchain é uma tecnologia que permite armazenar e transferir dados de forma descentralizada, transparente e imutável. Em outras palavras, é um sistema de registro distribuído que não depende de uma autoridade central para validar as informações, mas sim de um consenso entre os participantes da rede.
Cada bloco de dados é ligado ao anterior por meio de uma assinatura criptográfica, formando uma cadeia inquebrável e à prova de falsificação. Além disso, os dados são replicados em vários computadores, garantindo a sua segurança e disponibilidade.
O sistema é conhecido por ser a tecnologia por trás das criptomoedas, como o Bitcoin e o Ethereum, que são formas de dinheiro digital que podem ser enviadas e recebidas sem intermediários, como bancos ou governos.
No entanto, a blockchain também pode ser usada para outros fins, como contratos inteligentes, identidade digital, votação eletrônica, rastreamento de suprimentos, entre outros.
Como a blockchain está mudando o setor financeiro?
A blockchain está trazendo uma série de benefícios para o setor financeiro, como pagamentos internacionais, reduzindo o tempo, o custo e a complexidade que normalmente envolvem vários intermediários, taxas e conversões de moeda.
Com a blockchain, os pagamentos podem ser feitos diretamente entre as partes, em questão de minutos, com taxas mínimas e sem risco de fraude ou erro. Alguns exemplos de empresas que usam o sistema são HSBC, Wells Fargo, Paypal e Mastercard.
Outro ponto são os empréstimos feitos sem intermediários, com taxas mais baixas, maior confiança e menor risco de inadimplência. A blockchain pode permitir o acesso ao crédito para pessoas que não têm conta bancária ou histórico de crédito.
A compra de ativos pode ser tokenizados, ou seja, representada por tokens digitais que podem ser negociados em uma plataforma descentralizada, sem intermediários, com maior liquidez, transparência e segurança.
A tecnologia permite a criação de contratos inteligentes, que são acordos autoexecutáveis que podem automatizar o cumprimento de obrigações e condições. Algumas empresas que já usam a blockchain para gestão de ativos são BlackRock, Fidelity e JP Morgan.
Quais são os desafios da blockchain para o setor financeiro?
Apesar dos benefícios, a blockchain também enfrenta alguns desafios para se consolidar no setor financeiro, que podem ser de ordem técnica, regulatória ou cultural. Vejamos alguns desses desafios:
Escalabilidade
A blockchain tem limitações de escalabilidade, ou seja, de capacidade de processar um grande volume de transações em um curto período de tempo. Isso pode afetar o desempenho, a velocidade e a confiabilidade da rede, especialmente em momentos de alta demanda.
Alguns projetos estão tentando resolver esse problema, como o Lightning Network, que cria canais de pagamento fora da blockchain, ou o Ethereum 2.0, que usa um mecanismo de consenso chamado proof-of-stake, que é mais eficiente do que o proof-of-work usado pelo Bitcoin.
Regulação
Tem caráter disruptivo, que pode entrar em conflito com as normas e leis existentes no setor financeiro, que são baseadas em um modelo centralizado e hierárquico.
O sistema tem implicações de privacidade, segurança, tributação, conformidade e responsabilidade, que precisam ser definidas e harmonizadas pelos órgãos reguladores.
Alguns países estão mais avançados do que outros nesse aspecto, como a Suíça, que criou uma legislação específica para a blockchain, ou a China, que lançou sua própria moeda digital baseada em blockchain.
Cultura
A blockchain representa uma mudança de paradigma, que requer uma mudança de mentalidade e de comportamento por parte dos agentes do setor financeiro, que precisam se adaptar a um novo cenário de maior competição, colaboração e inovação.
É necessário superar a desconfiança e a resistência de alguns segmentos da sociedade, que podem ver a tecnologia como uma ameaça ou uma fraude. Por isso, é importante educar e conscientizar as pessoas sobre os benefícios e os riscos, bem como criar padrões e boas práticas para o seu uso ético e sustentável.
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