A história sobre o império chamado Chanel

Uma das marcas de luxo mais famosas e prestigiadas do mundo, a Chanel, foi fundada pela estilista francesa Gabrielle “Coco” Chanel, que revolucionou o conceito de elegância feminina, introduzindo peças confortáveis, práticas e sofisticadas, inspiradas no vestuário masculino.

Gabrielle Chanel nasceu em 19 de agosto de 1883, na pequena vila de Saumur, no interior da França. Filha de uma costureira e de um vendedor ambulante, Chanel ficou órfã de mãe aos 13 anos e foi enviada pelo pai para um orfanato em Auvergne, onde aprendeu a costurar. 



Aos 21 anos, conseguiu seu primeiro emprego como assistente de loja e costureira na Maison Grampayre, um ateliê de enxovais; mas ela também se apresentava como cantora em clubes noturnos, e acabou recebendo o apelido de “Coco”, por causa de uma das músicas que costumava cantar.


Em uma dessas noites, Gabrielle conheceu Étienne Balsan, um milionário herdeiro de uma fábrica de tecidos, que se tornou seu namorado e a introduziu na alta sociedade parisiense. 


Nessa época, Chanel começou a criar seus próprios chapéus, usando materiais simples e de formas geométricas. Porém, foi em 1909, com a ajuda do seu novo amante, Arthur “Boy” Capel, um playboy inglês que investiu em seu talento, que Coco abriu sua primeira loja de chapelaria no Boulevard Malesherbes, no térreo do apartamento de Balsan.


O sucesso foi tão imediato que as atrizes francesas da época se encantaram pelos chapéus e então Coco inaugurou sua segunda loja na rue Cambon, em Paris, que se tornaria a sede da Maison Chanel que existe até hoje. 


Em 1913, Gabrielle abriu mais duas boutiques em Deauville e Biarritz, balneários frequentados pela elite francesa. Lá, lançou sua primeira coleção de roupas femininas, com peças icônicas como a blusa listrada, o cardigã, o tailleur e a calça comprida inspiradas no estilo esportivo e marinho dos homens, usando tecidos como jersey, tweed e tricô, que eram confortáveis e baratos.


Chanel foi a primeira estilista a assinar um perfume: o famoso Chanel Nº 5, criado em 1921 pelo perfumista Ernest Beaux. O perfume foi um sucesso mundial e se tornou um símbolo da marca. 


Coco também fez acessórios como bolsas, sapatos, joias e bijuterias, e inovou ao usar materiais como pérolas falsas, correntes douradas e couro acolchoado, além de popularizar o uso do preto como cor elegante e versátil.


A década de 1920 foi o auge da carreira de Coco Chanel. Nessa época, vestiu celebridades como Greta Garbo, Marlene Dietrich e Katharine Hepburn. 


Se envolveu com artistas como Pablo Picasso, Igor Stravinsky e Jean Cocteau. Elaborou figurinos para filmes e peças de teatro e lançou o vestido tubinho preto, considerado uma das peças mais clássicas da moda.


Abriu lojas em Londres e Nova York, difundiu novas fragrâncias como o Chanel Nº 22 e o Cuir de Russie, inovou ao usar tecidos com estampas florais e orientais, bordados elaborados e pedrarias.


Mas a Segunda Guerra Mundial interrompeu temporariamente as atividades da empresa e as lojas fecharam em 1939. Com isso, Gabrielle se mudou para o Hotel Ritz, em Paris, onde viveu durante a ocupação nazista. Porém, acabou se envolvendo com um oficial alemão chamado Hans Günther von Dincklage, o que lhe rendeu acusações de colaboracionismo e espionagem. 


No mesmo período, passou por uma disputa judicial com os irmãos Wertheimer, donos da empresa que produzia seus perfumes, por causa dos direitos autorais do Chanel Nº 5.


Em 1954, aos 71 anos, Coco Chanel voltou ao mundo da moda com um desfile que surpreendeu a todos. Apresentou uma coleção que resgatava seus clássicos e também produziu novidades como o casaco de pele sintética, o sapato bicolor e a bolsa 2.55, com alça de corrente. 


Com isso, conquistou uma nova geração de clientes, especialmente nos Estados Unidos, onde foi apoiada pela editora da Vogue, Diana Vreeland. Coco Chanel continuou trabalhando até o fim de sua vida, falecendo em 10 de janeiro de 1971, aos 87 anos, no seu quarto no Hotel Ritz.


Após sua morte, a marca passou por um período de declínio e perda de identidade. Mas em 1983 foi revitalizada pelo estilista alemão Karl Lagerfeld, que assumiu a direção criativa da marca e manteve o legado de Coco, e trouxe modernidade e irreverência para as coleções: como o vestido branco com pérolas negras, o terno rosa com detalhes pretos e o casaco de tweed com jeans. 


Lançou novas linhas de produtos como óculos, relógios e cosméticos; colaborou com celebridades como Madonna, Nicole Kidman e Keira Knightley.


Em 2019, Karl Lagerfeld faleceu aos 85 anos, deixando um vazio na moda mundial. Ele foi sucedido por Virginie Viard, sua braço direito na Chanel há mais de 30 anos. 


Virginie hoje tem a missão de continuar o trabalho de Lagerfeld e manter a essência da marca fundada por Coco Chanel.


Foto: Internet

Postar um comentário

0 Comentários

AVISO: Este site é apenas informativo. As informações aqui contidas não substituem o aconselhamento de um especialista. Consulte sempre um profissional qualificado para obter orientações específicas.