A telemedicina e a saúde virtual são formas de utilizar as tecnologias de informação e comunicação para prestar serviços de saúde a distância. Essas modalidades podem oferecer benefícios como ampliar o acesso, reduzir custos, melhorar a qualidade e otimizar o tempo dos profissionais e dos pacientes.
No entanto, também apresentam desafios como questões éticas, legais, técnicas e educacionais que precisam ser superados.
Uma curiosidade sobre a telemedicina é que ela não é uma invenção recente. Segundo um artigo publicado na revista Saúde e Sociedade, o termo telemedicina surgiu na década de 1960 e a prática vem se aprimorando devido ao aparecimento de novas tecnologias e necessidades da saúde.
No Brasil, as primeiras experiências de teleconsulta datam da década de 1980, com projetos pioneiros em cardiologia, radiologia e dermatologia.
A telemedicina ganhou destaque no cenário nacional e internacional com a pandemia da COVID-19, que impôs restrições ao atendimento presencial e aumentou a demanda por cuidados remotos.
De acordo com um estudo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, o sistema de saúde virtual pode contribuir para o enfrentamento da COVID-19 em diversas frentes, como triagem, diagnóstico, monitoramento, vigilância, prevenção e educação em saúde.
O estudo também aponta as iniciativas recentes desencadeadas no país, como a regulamentação provisória do sistema virtual pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Federal de Medicina, e as oportunidades para a consolidação da telemedicina e o aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde.
A aceitação e a adoção do sistema por médicos e pacientes também têm crescido no Brasil, conforme revela uma pesquisa realizada pela empresa Conexa Saúde em parceria com o Datafolha. O levantamento mostrou que 41% dos entrevistados aprovam a telemedicina por ser mais acessível, 85% estão satisfeitos com os serviços de telemedicina e 91% usariam a telemedicina para gerenciar as prescrições.
A pesquisa também indicou que os médicos que usam a teleconsultas relatam maior produtividade, flexibilidade e qualidade de vida.
Como a telemedicina pode ser usada na prevenção de doenças crônicas?
As doenças crônicas são aquelas que persistem por longos períodos e geralmente não têm cura, como diabetes, hipertensão, asma, artrite, entre outras. Essas doenças afetam a qualidade de vida dos pacientes e podem levar a complicações graves, como infarto, derrame, insuficiência renal, cegueira, etc.
Por isso, é fundamental que os pacientes com doenças crônicas façam um acompanhamento regular com os profissionais de saúde e sigam as orientações para o controle da doença.
O sistema virtual pode ser um grande aliado na prevenção dessas doenças, pois permite que os pacientes sejam monitorados e orientados a distância, sem a necessidade de se deslocarem até uma unidade de saúde. Isso facilita o acesso, reduz os custos, aumenta a adesão ao tratamento e melhora os resultados clínicos.
Um exemplo de como a telemedicina pode ser usada na prevenção de doenças crônicas é o telemonitoramento, que consiste em acompanhar os sinais vitais e os parâmetros clínicos dos pacientes por meio de dispositivos conectados à internet.
Esses dispositivos podem ser desde um simples termômetro ou medidor de pressão até um aparelho mais sofisticado, como um eletrocardiograma ou um oxímetro. Os dados coletados são enviados para uma plataforma online, onde são analisados por profissionais de saúde que podem intervir em caso de alterações ou emergências.
Outro exemplo é a teleconsulta, que permite que os pacientes se comuniquem com os médicos ou enfermeiros por meio de vídeo, áudio ou chat. Assim, eles podem tirar dúvidas, receber orientações, ajustar medicações, solicitar exames e renovar receitas sem sair de casa.
A teleconsulta também pode ser usada para realizar educação em saúde e promover hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, atividade física regular, cessação do tabagismo e controle do estresse.
Qual é o papel dos enfermeiros e técnicos em saúde na telemedicina?
Os enfermeiros e técnicos em saúde são profissionais essenciais na telemedicina, pois desempenham diversas funções que contribuem para a qualidade e a segurança do atendimento. Entre essas funções, podemos destacar:
Teletriagem: consiste em fazer uma pré-avaliação do paciente por meio de um questionário ou uma entrevista online e encaminhá-lo para o serviço mais adequado, seja ele presencial ou remoto.
Telediagnóstico: realizar exames e enviar os registros para médicos especialistas que farão a interpretação. Os enfermeiros e técnicos em saúde podem fazer um eletrocardiograma, espirometria, holter, mapa, entre outros.
Teleconsulta: atendimento online direto ao paciente para realizar anamnese, avaliação física, prescrição de cuidados de enfermagem, educação em saúde e encaminhamento para outros profissionais quando necessário.
Telemonitoramento: acompanhar o paciente a distância por meio de dispositivos conectados à internet e orientá-lo quanto aos procedimentos de enfermagem. Os enfermeiros e técnicos em saúde podem monitorar pacientes com doenças crônicas, gestantes de alto risco, idosos dependentes, entre outros.
Foto: Canva
0 Comentários