Quais os riscos de se comer carne crua e a farsa Liver King com sua dieta ancestral para um shape gigante e natural

A casa caiu! O “gigante natural”, como é conhecido Brian Johnson - criador do personagem Liver King -, veio a público pedir desculpas pelas mentiras contadas para os fãs e pelas quais ganhou fama mundial. 

Brian surgiu na internet em agosto de 2021 com a ideia de que - viver como nossos ancestrais dava a ele o físico perfeito, desejado por milhares de pessoas. 


Propagava mentiras dizendo que seu shape era natural e que não era preciso anabolizantes e nem suplementos para manter-se forte e trincado, a solução para tudo era comer carne crua, principalmente o fígado e testículos dos animais, assim como fazem os leões - um dos maiores predadores "da selva". 


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Mas segundo disse o nutricionista Coach Rubens Gomes, em seu canal do YouTube, o corpo humano “perde cerca de 30% da absorção da proteína animal ao ser ingerida crua”.


E mais, Liver King pregava que não era preciso treinar em academias para manter a forma, e que, o melhor mesmo, eram exercícios ao ar livre: levantando troncos e se pendurando em árvores.  

Liver King é desmascarado


Tudo começou quando profissionais da área passaram a questionar se Johnson era mesmo natural. Mas a casa só caiu quando o influenciador do mundo fitness, Derek, expôs um e-mail em seu canal do YouTube mostrando que Liver King gasta, em média, US$ 11 mil por mês em esteróides e anabolizantes. 


“Eu menti e enganei muitas pessoas. Sim, eu usei esteróides e, sim, estou usando esteróides”, disse Brian em seu vídeo de desculpas”. 


Com o sucesso nas redes, antes de ser desmascarado, o Rei do Fígado já havia criado uma empresa de suplementos com cápsulas de fígado de boi concentrado, órgãos, ossos e outros suplementos dietéticos. Sua empresa fatura US$ 100 milhões por ano.


Mesmo assim, ele disse que antes das redes sociais era rico e desconhecido e agora continua rico e conhecido, mas que nunca esperou esse tipo de exposição.


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Mas afinal, comer carne crua faz mal à saúde?


Sushi, quibe, carpaccio, steak tartare e ceviche são alguns dos famosos pratos crus consumidos em diferentes culturas. Mas é preciso cuidado na hora de escolher os alimentos!


Em geral, boa parte das carnes possuem algum tipo de bactéria ou parasita como: salmonella, campylobacter, E. coli, listeria, toxoplasmose e yersinia, por isso, ao ingeri-las, corremos o risco de desenvolver uma doença grave ou infecções. 


Ainda não existem pesquisas suficientes que provem que uma dieta à base de carnes cruas faz bem à saúde, por isso todo cuidado é pouco, afinal de contas, não temos mais o microbioma digestivo dos nossos ancestrais.


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“Em tese, qualquer carne poderia ser consumida crua se fosse proveniente de um animal sadio, que não possuísse qualquer enfermidade ou parasitose, e se todas as etapas de sua obtenção fossem conduzidas de maneira higiênica, sem haver contaminação cruzada”, diz a médica veterinária, Renata Ernlund Freitas de Macedo, em uma entrevista para o site UOL.


No entanto, a veterinária explica que "a carne pode ser contaminada por bactérias patogênicas em várias etapas do processo de abate dos animais e processamento e após a saída da indústria, no comércio varejista, no processo de preparo pelo consumidor, na manipulação e armazenamento inadequados". 


Photos: Jeff Bottari/Getty Images; Unsplash

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