Uma cirurgia para corrigir problemas congênitos - como o nanismo, deformidade nas pernas e nos pés, entre outros - está se espalhando pelo mundo. Isso porque, a técnica desenvolvida em 1930 para alongamento ósseo ganhou fama estética. O procedimento consiste em quebrar o osso da perna em um ou dois lugares, colocar um fixador externo e em meses o paciente terá um aumento de estatura que chega a uma média de 5 a 10 cm.
Mas o método não é simples: além de caro (varia de R$ 240 mil a R$ 350 mil), a recuperação é dolorosa e demora meses para que o paciente volte a andar normalmente. Complicações durante a cirurgia e no pós-operatório são algo esperado e, mesmo assim, é possível ter problemas no futuro.
A recuperação é tão delicada, que pode levar pessoas a terem doenças como depressão e pânico, além de fazer uso de anestésicos como a morfina para amenizar a dor. Para cada centímetro aumentado, o paciente deve ficar de cama por pelo menos 35 dias - ou seja, se o desejo é ser 10 cm mais alto, é aconselhável, no mínimo, 10 meses de repouso e fisioterapias.
Porém, os riscos são completamente ignorados por quem tem o sonho de ganhar um pouco mais de altura - o método teve um crescimento substancial nos últimos anos. O cirurgião Kevin Debiparshad, do instituto LimbplastX, localizado em Nevada, nos Estado Unidos, realiza ao menos 50 cirurgias dessa por mês. O médico afirmou para a BBC Mundo que a técnica é procurada muito mais pelo público masculino.
Esse procedimento estético é feito por países como China, Rússia, Estados Unidos, Armênia, Índia, Chile e Egito. Porém, é importante ficar atento às técnicas executadas em cada país: na Índia, por exemplo, “o procedimento é feito por médicos sem qualificação”, afirma o jornal britânico, The Guardian, em uma reportagem da BBC.
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Como funciona a cirurgia
A popularização da cirurgia na China
Diferentemente de outros cantos do mundo, a cirurgia para aumento de estatura se tornou popular entre as mulheres chinesas.
Na China, existe um padrão ideal de altura para se conseguir ótimos empregos; seria 1,65m para mulheres e 1,70m para homens. Devido a isso, muitos jovens fizeram a intervenção para ganhar credibilidade e, assim, ter sucesso em uma sociedade que glamoriza a altura.
Por causa da crescente demanda por cirurgias estéticas desse tipo, o Ministério da Saúde do país precisou restringir o acesso de pessoas comuns a esses procedimentos.
Diversos locais que realizavam as cirurgias não eram licenciados e não possuíam os cuidados necessários no pré e pós-operatório. Os valores chegavam a US$ 15 mil e US$ 25 mil por operação.
“Agora, apenas centros especializados em ortopedia e hospitais que tenham um departamento adequado poderão realizar esse tipo de intervenção, desde que justifiquem devidamente os motivos patológicos do procedimento”, descreve uma reportagem do O Globo.
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