Há anos a questão ambiental
vem ganhando força no mundo, mas desde o encontro da Rio+20, um novo termo
banalizou-se: Economia Verde. Segundo artigo publicado no site do Radar RIO+20,
o precursor do enunciado, o canadense Maurice Strong, solicitou ao economista e
sociólogo polonês Ignacy Sachs que “desenvolvesse o conceito para inspirar documentos
e projetos do Pnuma”, no entanto, em sua obra: A Terceira Margem, ele conta que
o “termo caiu em desgraça em consequência da repercussão negativa que teve no
governo dos Estados Unidos”.
A Economia Verde tem como
objetivo principal fortalecer os aspectos pré-definidos na Conferência de
Estocolmo (1972), que envolve uma lista de atributos a serem atingidos pelos
países aderentes ao acordo: erradicação da pobreza, inclusão social,
crescimento econômico, fim da desigualdade, trabalho para todos, economia de
baixo carbono e, claro, prevenção do meio ambiente e o bom funcionamento do
ecossistema. Porém, algumas empresas têm se aproveitado para manipular a
população mesmo com discursos e postura incorreta em relação a essas
definições.
Exemplo disso são as
empresas que dizem estar de acordo com as leis ambientais e possuidoras de selo
verde, contudo, se olharmos a fundo, são dissimuladas, aproveitam a era da
responsabilidade social para alavancar lucros à custa da desinformação
populacional.
Além do mais, a pesquisadorae consultora da Fipe, Fernanda Gabriela Borger, acredita que as instituições
entraram nesse barco de Economia Verde para compensar os impactos negativos na
atuação das empresas, afirmando que os “empresários se envolveram em atividades
sociais para beneficiar a comunidade”, mas que se sentiram obrigados moralmente
a fazer tais mudanças.
Indo nessa direção, ela fala,
ainda, das dificuldades que os empreendedores enfrentam para implantar as
questões sociais e ambientais. “Na visão empresarial esses projetos elevam os
custos e tardam o retorno dos gastos, inviabilizando e diminuindo a
concorrência no mercado”.
Em contrapartida, porém, é
fácil evidenciar casos de sucesso dentro de empresas que optaram pela autêntica
concepção da Economia Verde. A água de reuso é uma grande aliada na redução de
gastos. Indústrias automotivas e fabricantes de pneus sabem bem o que é
investir nesse projeto.
Segundo o Relatório de Sustentabilidade
da Pirelli na América Latina, “o trabalho de tratamento e reutilização de água
na fábrica de Campinas” recebeu o 7º. Prêmio FIESP de Conservação e Reuso de
Água – Categoria Médio e Grande Porte, em 2012, como melhor projeto das
indústrias na categoria. “Como consequência, houve uma redução nos custos
operacionais e de manutenção na unidade fabril”, aponta o relatório.
Com a técnica do telhado
ecológico, algumas instituições conseguiram diminuir em até 30% os gastos com
energia elétrica, captar água da chuva e ainda minimizar as altas temperaturas
pela metade. E isso não precisa ser aplicado somente nas empresas. Hoje já existem
casas e prédios com telhado verde.
O Centro de Estudos em
Sustentabilidade (GVces) da Escola de Administração de Empresas da Fundação
Getúlio Vargas (FGV-EAESP) mostra, em sua plataforma online, o Registro Público
de Emissões de gases de efeito estufa de 133 empresas participantes do Programa
Brasileiro de GHG Protocol, que aborda os seguintes objetivos:
- Promover o reconhecimento das organizações participantes pela iniciativa voluntária de transparência, frente à stakeholders cada vez mais atentos à responsabilidade socioambiental corporativa;
- Promover o reconhecimento das organizações participantes pela iniciativa voluntária de transparência, frente à stakeholders cada vez mais atentos à responsabilidade socioambiental corporativa;
- Auxiliar os agentes privados e públicos na
definição de estratégias para mitigação de GEE;
- Preparar as organizações brasileiras para
futuros marcos regulatórios sobre mitigação e adaptação às mudanças climáticas;
- Integrar os esforços do Programa Brasileiro
GHG Protocol e da Plataforma Empresas Pelo Clima com as ações da Política
Nacional de Clima, das políticas estaduais e do cumprimento da meta anunciada
em Copenhagen;
- Criar vasto banco de dados que facilite o
estabelecimento de benchmarks setoriais e que sirva de base para a elaboração
de políticas públicas coerentes.
Seja por motivos econômicos
ou por achar prudente entrar no campo da ecoeficiência, é preciso que todos, e
não somente as empresas, embarquem positivamente e com intenções reais na
estrada que está sendo trilhada para a diminuição dos impactos ambientais.
É evidente que os novos
investimentos custam caro e existe uma demora considerável de retorno, ademais,
é preciso implantar esses métodos se quisermos salvar a economia e o planeta,
afinal, sem recursos naturais dificilmente haverá crescimento. A pegada
ecológica vem aumentando e a recuperação dos renováveis está se esgotando se
continuarmos com esse consumo desenfreado.
O processo de escolha na
busca pela sustentabilidade é árduo, mas consequentemente transformador. É
necessário acreditar num futuro promissor de tecnologias verdes ou então iremos
correr atrás dos prejuízos quando for tarde demais: implicando no destino das
novas gerações.
Foto: Envolverde
Foto: Envolverde
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