‘Moonage Daydream’: como um documentário capturou o espírito inquieto de David Bowie

David Bowie não era só música – era arte, performance, reinvenção. O documentário Moonage Daydream, lançado em 2022 e ainda um sucesso no streaming em 2025, entrega um mergulho profundo no universo desse ícone britânico, morto em 2016 aos 69 anos. 


Disponível na Netflix, o filme entrou no top 10 brasileiro em março de 2025, com 2 milhões de horas assistidas, segundo a plataforma, e não é difícil entender o porquê: é uma experiência mais do que uma biografia convencional.


Dirigido por Brett Morgen, Moonage Daydream foge do formato clássico de entrevistas e linha do tempo. Em vez disso, mistura imagens de arquivo – shows, clipes, bastidores – com animações psicodélicas e narração do próprio Bowie, tirada de diários e entrevistas antigas. 


O resultado é um retrato de um artista que nunca se encaixou em caixas, seja como Ziggy Stardust nos anos 70, o popstar de Let’s Dance nos 80 ou o experimentalista de Blackstar, seu último álbum. “É como se Bowie estivesse vivo, guiando você pelo caos dele”, escreveu um fã no X, ecoando o sentimento de muitos brasileiros.


O trabalho de Morgen levou cinco anos. Ele teve acesso a um arquivo de 5 milhões de itens, incluindo gravações inéditas de shows em Londres e pinturas feitas por Bowie nos anos 90. 


Um momento marcante é ouvir o cantor refletir sobre mortalidade em 2002, enquanto imagens de Low tocam ao fundo. 


No Brasil, onde Bowie lotou o Maracanã em 1990, o documentário toca uma corda especial: posts no X lembram como ele abraçou a cultura local, chamando o show de “mágico”.


A força do filme está em não explicar Bowie, mas em deixar você senti-lo. São 2 horas e 20 minutos que passam voando, com uma trilha sonora – de Space Oddity a Heroes – que dispensa apresentações. 


A produção custou US$ 10 milhões, segundo a Variety, e rendeu uma indicação ao BAFTA de melhor documentário em 2023. Para críticos, como os do The Guardian, é “um tributo que honra a complexidade de um gênio”. Para o público, é um convite a se perder no cosmos de um artista que sempre esteve um passo à frente.


No Brasil, Moonage Daydream também impulsionou as vendas de álbuns de Bowie: The Rise and Fall of Ziggy Stardust subiu 45% nas plataformas digitais em 2024, segundo a Pro-Música Brasil. 


Se você gosta de música, arte ou apenas de histórias sobre pessoas que desafiam o comum, o documentário é um prato cheio. E, como Bowie diria, “vire e enfrente o estranho” – de preferência com bons fones de ouvido.


Foto: Ilustração

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