A candidatura de Pablo Marçal para a prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024 foi marcada por uma série de erros que comprometeram suas chances de avançar ao segundo turno.
Analisando sua trajetória, é possível identificar falhas estratégicas tanto na condução da campanha quanto na gestão de crises que emergiram ao longo do processo.
Um dos principais equívocos de Marçal foi a divulgação de um laudo falso que acusava seu adversário Guilherme Boulos de uso de cocaína. A ação ocorreu nos últimos momentos da campanha, com o claro objetivo de enfraquecer a posição de Boulos na reta final, mas teve o efeito contrário.
Assim que o documento foi desmentido, a atitude de Marçal não apenas gerou críticas severas, mas também levantou questões éticas sobre sua conduta.
Essa cartada, em vez de atrair eleitores, afastou simpatizantes e gerou uma reação negativa até entre aqueles que, até então, apoiavam sua candidatura.
O impacto foi decisivo para a perda de aproximadamente 57 mil votos que o deixaram fora da disputa final.
Outro erro significativo foi a dependência excessiva de suas redes sociais para se conectar com o público. Marçal construiu boa parte de sua campanha através de vídeos curtos e conteúdos virais, uma tática que até certo ponto o ajudou a ganhar visibilidade.
No entanto, após uma decisão judicial que suspendeu suas contas, ele perdeu uma de suas principais ferramentas de comunicação. Mesmo criando perfis alternativos, ele não conseguiu restaurar o engajamento necessário para manter o impulso de sua campanha.
Essa interrupção fragilizou sua imagem e limitou seu alcance, em um momento crucial do processo eleitoral.
Além do mais, o candidato enfrentou um episódio de grande repercussão negativa quando foi agredido com uma cadeira durante um debate. Embora Marçal tenha sido a vítima física do ataque, o incidente desviou o foco de discussões políticas relevantes e alimentou uma percepção de desorganização e confusão em sua campanha.
A cobertura midiática do evento e as discussões subsequentes também não contribuíram para melhorar sua posição no pleito.
Esses fatores, somados a um discurso polarizado e a ações mal planejadas, evidenciam uma campanha mal gerida, que não conseguiu se adaptar aos desafios impostos pelo processo eleitoral.
Marçal entrou na disputa com um bom potencial de crescimento, sendo até cogitado como uma possível surpresa na reta final. Mas a sequência de erros, em especial a questão do laudo falso, resultou em um desgaste irreparável, deixando-o fora do segundo turno, que será disputado entre Ricardo Nunes e Guilherme Boulos.
Se Marçal tivesse optado por uma estratégia mais sólida e ética, e evitado manobras arriscadas como a tentativa de desacreditar adversários com informações falsas, sua campanha poderia ter tido um desfecho diferente.
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