Estudo sugere que medicamentos para diabetes podem aumentar risco de perda de visão

Um estudo recente indica que os medicamentos para diabetes Ozempic e Wegovy podem estar associados a um aumento no risco de uma forma rara de cegueira. Publicado na revista médica JAMA Ophthalmology, a pesquisa aponta que esses medicamentos podem levar ao desenvolvimento da neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NAION).


Os pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital, da Chan School of Public Health e do Massachusetts Eye and Ear, da Harvard Medical School, realizaram um estudo de coorte envolvendo 16.827 pacientes na região de Boston, no período de 1º de dezembro de 2017 a 30 de novembro de 2023. Nenhum dos participantes tinha a doença ocular no início do estudo.


Foram analisados 1.700 pacientes com diabetes tipo 2 ou excesso de peso. Desses, 194 indivíduos com diabetes tipo 2 que receberam prescrição de semaglutida, o princípio ativo dos medicamentos Ozempic e Wegovy, mostraram uma taxa de desenvolvimento de NAION mais de quatro vezes maior do que os que não usaram o medicamento. Entre os 361 pacientes obesos que tomaram semaglutida, a incidência de NAION foi sete vezes maior do que entre aqueles que não utilizaram o fármaco.


Os pesquisadores sugerem um risco potencial de NAION associado ao uso de semaglutida, mas ressaltam que são necessárias mais investigações para confirmar essa ligação. 


Novo Nordisk, fabricante do Ozempic e do Wegovy, afirmou que os dados do estudo não são suficientes para estabelecer uma relação direta entre os medicamentos e a NAION. 


A empresa destacou que a segurança dos pacientes é uma prioridade e que seus medicamentos são estudados em grandes programas clínicos e de evidências do mundo real, abrangendo mais de 22 milhões de pacientes-ano.



Sobre a NAION


A NAION é caracterizada pela perda de fluxo sanguíneo para o nervo óptico, resultando em perda súbita de visão em um olho, sem dor, e que não melhora ou piora significativamente. 


A condição é rara e geralmente afeta adultos com mais de 50 anos, especialmente aqueles com doenças cardiovasculares, diabetes, apneia do sono, hipertensão ou colesterol alto.


Este estudo levanta a necessidade de monitoramento contínuo dos efeitos desses medicamentos a longo prazo.


Fonte: Epoch Times Brasil

Foto: Ilustração



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