O Tribunal de Arbitragem do Esporte (CAS) decidiu nesta quarta-feira, 12 de junho, rejeitar o recurso da nadadora transgênero Lia Thomas contra as regras da World Aquatics que a impedem de competir nas Olimpíadas de Paris em 2024. A decisão mantém a proibição de atletas trans participarem de eventos femininos de elite, conforme as diretrizes atuais.
Lia Thomas, que se destacou no campeonato da NCAA em 2022, tornando-se um símbolo no debate sobre a inclusão de atletas trans em esportes femininos, argumentou que as regras da World Aquatics são discriminatórias e violam seus direitos humanos.
A World Aquatics, por sua vez, afirma que suas políticas são baseadas em conselhos médicos e legais, com o objetivo de garantir a equidade nas competições femininas.
Segundo as regras estabelecidas, mulheres trans podem competir em eventos da World Aquatics sob duas condições principais: não terem passado pela puberdade masculina ou terem suprimido essa puberdade antes dos 12 anos, e manterem níveis de testosterona abaixo de 2,5 nmol/L de forma consistente.
O CAS concluiu que Thomas, que não está registrado para competir em eventos da World Aquatics e não é mais membro da USA Swimming, não é "suficientemente afetado pelas regras" para ter o direito de desafiá-las, segundo a decisão obtida pela CBS News.
A atuação de Thomas nas competições femininas tem gerado intensos debates. Enquanto alguns atletas e defensores dos direitos LGBTQ+ apoiam sua inclusão, outros argumentam que sua participação compromete a justiça nas competições.
A ex-tenista Martina Navratilova e a medalhista olímpica Caitlyn Jenner são algumas das vozes que se manifestaram contra a inclusão de atletas trans em competições femininas.
Por outro lado, Schuyler Bailar, o primeiro atleta trans a competir em um time masculino da NCAA, defendeu Thomas, destacando que muitas das mensagens que ela recebe são de apoio.
Bailar argumenta que a narrativa de que mulheres trans destruirão os esportes femininos, é equivocada e alimenta a polêmica sobre a definição de feminilidade.
Nos Estados Unidos, casos semelhantes têm emergido, como o de Sophia Lorey, uma ex-jogadora de futebol universitário que recentemente venceu uma batalha judicial relacionada à liberdade de expressão sobre a participação de atletas trans em esportes femininos.
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