Como encontrar um parceiro amoroso na era dos aplicativos e da inteligência artificial

A busca por um relacionamento amoroso é uma das principais motivações humanas, mas nem sempre é fácil encontrar alguém que corresponda às nossas expectativas e desejos.

Com a popularização dos aplicativos de namoro e a evolução da inteligência artificial, novas formas de se conectar com possíveis parceiros surgiram, trazendo vantagens e desafios para quem procura o amor.



Os aplicativos de namoro são ferramentas que permitem que as pessoas se conheçam através de um perfil online, onde podem compartilhar fotos, informações pessoais e preferências. 


Alguns dos mais famosos são o Tinder, o Bumble, o Happn e o Grindr. Esses aplicativos usam algoritmos para sugerir pessoas compatíveis com base em critérios como localização, idade, gênero e interesses.


Segundo uma pesquisa feita pelo Opinion Box, 42% dos brasileiros gostam da ideia de conhecer pessoas pelos apps, sendo o Tinder o mais popular. 


O estudo também mostrou que a internet ajuda mais do que atrapalha na hora de encontrar um parceiro, mas que as pessoas conhecidas na internet são menos confiáveis do que aquelas que se conhecem pessoalmente.


Para a psicóloga e terapeuta de casais Adriana Ramon, sites de namoro podem ser uma boa opção para quem quer ampliar o seu círculo social e ter mais oportunidades de se relacionar. 


“Os aplicativos facilitam o contato inicial com pessoas que têm afinidades e objetivos semelhantes, além de permitir que elas sejam mais seletivas e assertivas na escolha do parceiro”, afirma Adriana.


No entanto, ela alerta que os aplicativos também podem trazer alguns problemas, como a superficialidade, a banalização, a ilusão e a frustração. “Muitas vezes as pessoas se deixam levar pela aparência física ou por informações falsas ou incompletas do perfil, criando expectativas irreais sobre o outro. Além disso, os aplicativos podem estimular um comportamento compulsivo ou viciante, fazendo com que as pessoas fiquem sempre em busca de novas opções e não se dediquem a construir um vínculo afetivo”, explica.


Para evitar essas armadilhas, a especialista recomenda que as pessoas usem com moderação e consciência, buscando conhecer melhor o outro antes de se envolver emocionalmente. 


Adriana também sugere que as pessoas não se limitem aos aplicativos e explorem outras formas de se relacionar, como participar de eventos, cursos, grupos ou atividades que tenham a ver com os seus interesses.


Outra novidade que vem mudando a forma como as pessoas se relacionam é a inteligência artificial (IA), que é a capacidade de máquinas ou sistemas simularem o raciocínio humano. 


A IA pode ser usada para criar assistentes virtuais, robôs, chatbots ou apps que interagem com os humanos de forma personalizada e inteligente.


Um exemplo de AI usada para ajudar as pessoas a encontrar um parceiro amoroso é o Hily, que analisa os perfis dos usuários e sugere os melhores matches, verificando as fotos dos usuários e evitando perfis falsos ou fraudulentos.


Já o Replika, é um chatbot que cria uma personalidade única para cada usuário, baseada nas suas conversas. Pode ser um amigo virtual, um confidente ou até mesmo um namorado ou namorada, dependendo da escolha do usuário. 


O chatbot pode enviar mensagens de texto, voz ou imagem, além de aprender com o usuário e se adaptar às suas emoções e preferências.


A IA também pode ser usada para melhorar os relacionamentos já existentes, oferecendo dicas, conselhos ou soluções para os problemas do casal. Um exemplo disso é o Relish: funciona como um coach de relacionamento. 


Ele avalia o perfil do casal e sugere atividades personalizadas para fortalecer o vínculo afetivo. Oferece acesso a terapeutas profissionais e a uma comunidade de usuários que compartilham suas experiências e dúvidas.

Segundo um estudo publicado na revista PNAS, a IA pode ser uma ferramenta útil para identificar os principais fatores para um relacionamento de sucesso. 


Os pesquisadores usaram a IA para analisar quase 12 mil casais e descobriram que as características individuais não são tão importantes quanto os julgamentos que se faz sobre o relacionamento, como o nível de comprometimento, intimidade, gratidão e satisfação sexual.


Para o cientista da computação e professor da Universidade de São Paulo (USP) Marcelo Finger, a IA pode ser uma aliada para melhorar a qualidade dos relacionamentos amorosos, desde que seja usada com ética e responsabilidade. 


“Ela auxilia as pessoas a se conhecerem melhor, a entenderem as suas necessidades e expectativas, a se comunicarem de forma mais eficaz e a resolverem os conflitos de forma mais construtiva. No entanto, é preciso ter cuidado para não substituir o contato humano pelo contato virtual, nem se deixar manipular ou enganar pela IA”, diz.


Marcelo ressalta que os assistentes virtuais não podem substituir o amor, que é um sentimento complexo e subjetivo, que depende de vários fatores biológicos, psicológicos e sociais. 


“O amor não está no top 5 dos fatores de sucesso para um relacionamento, segundo o estudo que usou a IA, mas isso não significa que ele não seja importante. O amor é uma emoção que envolve afeto, admiração, respeito, confiança e cumplicidade, que não podem ser reproduzidos ou medidos por um robô”, esclarece.


Foto: Canva

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