A DISCIPLINA DA MEDITAÇÃO

Disciplinar a mente por meio da meditação é uma forma simples e eficaz de sair da agitação do cotidiano e fortalecer energias que são benéficas à saúde

Inúmeras pesquisas comprovaram que a meditação, seja ela budista, raja yoga, transcendental, zen (não precisa ter ligação religiosa) etc., estimula mudanças significativas na mente humana, resultando na melhora das funções cerebrais. Segundo uma reportagem feita pela revista Veja, estudos mostram que a prática ajuda no combate à depressão, estresse, diminuição no risco de ataque cardíaco e até mesmo potencializa o organismo para obter boa repercussão no tratamento de pacientes com câncer.  

Acontece que mesmo tendo seus benefícios sustentados pela ciência, poucas pessoas arrumam tempo ou têm paciência para praticar a meditação. Ficar sentado sem fazer nada, para alguns, é total perda de tempo. Mas quando esse processo é utilizado de forma canalizada, a pausa passa a ser um instrumento assegurador de bem-estar e produtividade.

Para Juliana Vilarinho, coordenadora de atividades da Brahma Kumaris de São Paulo – instituição que trabalha com a prática da meditação Raja Yoga –, “as pessoas precisam estar abertas para receber os benefícios da meditação” e, para isso, é preciso disciplina e organização. Quem aplica a meditação no dia-a-dia sabe o quão difícil é adquirir disciplina para manter esse hábito.

A disciplina meditativa entra no contexto da conduta ordenada adquirida, por exemplo, em atividades que requerem uma atenção mais acentuada, na qual se busca resultados melhores. A coordenadora explica que, num geral, enquanto valor, a disciplina nos leva a economia e a organização, e pode ser entendida como uma arte, afinal, é a partir dela que conseguimos manter a ordem e persistência em qualquer setor de nossas vidas.

Por isso, quem se interessa pela técnica e deseja começar ou seguir em frente com a prática da meditação, carece, em primeiro lugar, estipular horários para meditar e o tempo de duração de cada sessão. Pode ser em períodos mais tranquilos: ao acordar ou pouco antes de dormir, mas o exercício deve ocorrer regularmente. O segundo passo é saber em qual linha de meditação deseja seguir e estudar sobre o assunto. A ajuda de um especialista é indispensável para o praticante, já que precisa de instruções do “como fazer” para conseguir atingir seu objetivo. Terceiro: prioridade. Isto é, planejar devidamente como será o dia e encaixar a atividade nessa coordenação.

“A meditação é o alimento do ser; a nutrição da alma; e tem como finalidade resgatar o estado interior original de força, de paz, de verdade, de felicidade, de equilíbrio, de pureza e de amor”, conta Juliana. O rigor no condicionamento permite alcançar mais profundamente essas sensações provocadas pela reflexão persistente. Como não existe contraindicação, a partir do momento em que se começa a meditar, há um alinhamento no processo interno. “É como emagrecer. No início a pessoa não percebe que está emagrecendo, mas já está rumo àquela meta”, completa ela.

“O difícil da meditação é a sua simplicidade. Perdemos totalmente a capacidade de ser simples, justamente por isso uma coisa simples se torna tão complicada. A meditação não é teoria, mas prática pura. É necessário muita disciplina mental e física. Ninguém quer passar por um tempo de aprendizado, querem logo o topo”, explica Naum Simão, atuante da meditação Zen há mais de 10 anos. 

No começo não é necessário períodos extensos, a qualidade da meditação é mais importante que a quantidade, principalmente no início. Desse modo, 5 a 10 minutos de pausas diárias – bem conduzidas – proporcionam benefícios significativos. Em vista disso, a disciplina deve vir de dentro. Se for algo imposto, é provável que a pessoa não consiga o resultado esperado ou se sinta desmotivada a continuar. 

Foto: Ilustração

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