Disciplinar
a mente por meio da meditação é uma forma simples e eficaz de sair da agitação
do cotidiano e fortalecer energias que são benéficas à saúde
Acontece que mesmo tendo
seus benefícios sustentados pela ciência, poucas pessoas arrumam tempo ou têm paciência
para praticar a meditação. Ficar sentado sem fazer nada, para alguns, é total
perda de tempo. Mas quando esse processo é utilizado de forma canalizada, a pausa passa a ser um instrumento assegurador de bem-estar e produtividade.
Para Juliana Vilarinho, coordenadora
de atividades da Brahma Kumaris de São Paulo – instituição que trabalha com a
prática da meditação Raja Yoga –, “as pessoas precisam estar abertas para
receber os benefícios da meditação” e, para isso, é preciso disciplina e
organização. Quem aplica a meditação no dia-a-dia sabe o quão difícil é adquirir
disciplina para manter esse hábito.
A disciplina meditativa
entra no contexto da conduta ordenada adquirida, por exemplo, em atividades que
requerem uma atenção mais acentuada, na qual se busca resultados melhores. A
coordenadora explica que, num geral, enquanto valor, a disciplina nos leva a
economia e a organização, e pode ser entendida como uma arte, afinal, é a
partir dela que conseguimos manter a ordem e persistência em qualquer setor de
nossas vidas.
Por isso, quem se interessa
pela técnica e deseja começar ou seguir em frente com a prática da meditação,
carece, em primeiro lugar, estipular horários para meditar e o tempo de duração
de cada sessão. Pode ser em períodos mais tranquilos: ao acordar ou pouco antes
de dormir, mas o exercício deve ocorrer regularmente. O segundo passo é saber
em qual linha de meditação deseja seguir e estudar sobre o assunto. A ajuda de um
especialista é indispensável para o praticante, já que precisa de instruções do
“como fazer” para conseguir atingir seu objetivo. Terceiro: prioridade. Isto é, planejar
devidamente como será o dia e encaixar a atividade nessa coordenação.
“A meditação é o alimento do
ser; a nutrição da alma; e tem como finalidade resgatar o estado interior
original de força, de paz, de verdade, de felicidade, de equilíbrio, de pureza
e de amor”, conta Juliana. O rigor no condicionamento permite alcançar mais
profundamente essas sensações provocadas pela reflexão persistente. Como não
existe contraindicação, a partir do momento em que se começa a meditar, há um
alinhamento no processo interno. “É como emagrecer. No início a pessoa não
percebe que está emagrecendo, mas já está rumo àquela meta”, completa ela.
“O difícil da meditação é a sua
simplicidade. Perdemos totalmente a capacidade de ser simples, justamente por
isso uma coisa simples se torna tão complicada. A meditação não é teoria, mas
prática pura. É necessário muita disciplina mental e física. Ninguém quer
passar por um tempo de aprendizado, querem logo o topo”, explica Naum Simão, atuante
da meditação Zen há mais de 10 anos.
No começo não é necessário
períodos extensos, a qualidade da meditação é mais importante que a quantidade,
principalmente no início. Desse modo, 5 a 10 minutos de pausas diárias – bem
conduzidas – proporcionam benefícios significativos. Em vista disso, a disciplina
deve vir de dentro. Se for algo imposto, é provável que a pessoa não consiga o
resultado esperado ou se sinta desmotivada a continuar.
Foto: Ilustração
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