Cientistas investigam o mistério das tempestades de areia negra na Islândia

Esse material, composto principalmente por partículas de vidro vulcânico, é analisado por cientistas para entender melhor seu papel nas mudanças climáticas e na geografia local.

A paisagem árida é resultado de séculos de atividade vulcânica e degradação ambiental, ocupando uma área de aproximadamente 44 mil quilômetros quadrados. 

Historicamente, florestas de bétulas dominavam a região, mas a chegada dos vikings e práticas agrícolas inadequadas contribuíram para a desertificação. Apenas 2% do território islandês continua coberto por florestas, e projetos de reflorestamento avançam de forma limitada.

Poeira de alta latitude e o impacto no derretimento de geleiras  

As partículas de poeira negra absorvem luz solar e aumentam a temperatura da superfície onde se depositam. Glaciares como o Myrdalsjokull estão sendo monitorados, pois a camada de poeira, que pode atingir até 1,3 cm de espessura, acelera o derretimento do gelo. 

Essa dinâmica não apenas expõe novas fontes de poeira, mas também agrava o aquecimento global, com implicações que vão além do Ártico, alcançando a Europa continental.

Com o uso de drones meteorológicos e instrumentos inovadores, pesquisadores estão medindo a presença e o transporte dessas partículas na atmosfera. 

Essas tecnologias permitem coleta de dados em tempo real, facilitando o desenvolvimento de modelos climáticos mais precisos. A equipe também estuda como essas partículas contribuem para a formação de nuvens, influenciando o ciclo de água e a temperatura global.

As tempestades de areia negra na Islândia ocorrem em cerca de 135 dias por ano e já foram encontradas em regiões tão distantes quanto a Sérvia. 

Além disso, elas apresentam riscos para a saúde humana, como doenças respiratórias, e causam acidentes devido à baixa visibilidade. 

Estatísticas apontam que essas tempestades têm um impacto maior em termos de mortes do que as próprias erupções vulcânicas no país.