TRATAMENTO PARA ENFERMIDADE QUE ACOMETE ANIMAIS E HUMANOS DURA NO MÍNIMO 6 MESES

Se o seu gato ou cachorro tem uma ferida que não cicatriza nunca, cuidado, o bichinho pode estar com esporotricose: uma doença que afeta não só os animais, mas também os seres humanos.

A esporotricose é causada por um fungo chamado Sporothrix, que vive no solo. As primeiras aparições surgiram no fim do século 19, nos Estados Unidos, e a enfermidade ficou conhecida como “doença dos jardineiros”, porque os diagnósticos foram encontrados em plantadores de rosas que se arranhavam nos espinhos contaminados.

Hoje em dia, os gatos são os mais atingidos pela infecção. Porém, os especialistas não sabem exatamente o porquê. “Alguma coisa no sistema imune dos gatos deixam eles muito fracos frente a esse fungo”, diz o dermatologista pesquisador Dayvison Freitas do Instituto Nacional de Infectologia (INI) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Os casos começaram a aparecer em animais – no Brasil, em 1907 –, mas em ratos na cidade de São Paulo. E só chegaram aos gatos na década de 1950. No entanto, em 1998, houve novas ocorrências, agora, no Rio de Janeiro, e os números aumentaram consideravelmente. Segundo o INI | Fiocruz, de lá para cá foram contabilizados mais de 5 mil episódios de esporotricose. Com isso, a doença se alastrou para outras cidades e estados.

Como acontece a transmissão

A transmissão é provocada, normalmente, pela arranhadura e/ou mordida dos bichos. Contudo, também pode acontecer pelo contato com a terra, se a pessoa se machucar em um galho de árvore ou madeira infectados, e se a lesão ultrapassar as camadas mais profundas da pele. Esse é um fungo microscópico muito associado à materiais em decomposição.

É muito comum pessoas abandonarem os bichos depois de saberem o resultado do exame. O problema é que isso ajuda a alastrar a doença: os gatos e cachorros podem brigar ou morrer e serem jogados em qualquer lugar, dificultando o controle. Por isso é tão importante que, em casos de detecção da esporotricose, os animais não sejam enterrados em quintais, nem jogados em terrenos baldios ou lixões. O ideal é fazer a incineração do corpo.

Não existe, até o momento, registro de contágio de pessoa para pessoa, somente de um animal para outro.

Tratamento

Se após esses tipos de contatos houver o surgimento das micoses que causam as lesões na pele, o dono deve levar o animal para o veterinário para confirmar o diagnóstico. Já o indivíduo precisa procurar um dermatologista.

Ambos os tratamentos demoram, no mínimos, 6 meses. Mesmo se as feridas desaparecerem, o medicamento não pode ser interrompido porque os machucados somem, mas os fungos continuam no local.

Por ser uma enfermidade zoonótica, com importante ameça à saúde pública, os Centros de Controle de Zoonoses estão atentos a essa epidemia. Conheça o de Diadema.

Foto: Ilustração 

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