Ferramenta
online permite calcular, por meio de seus hábitos de consumo, o quanto de
impacto ambiental você provoca na Terra
Por Viviane Andrade, colaboradora da Agência Jovem de
Notícias
Especialistas vêm
trabalhando constantemente para identificar qual a melhor maneira de diminuir
os impactos ambientais causados pelo consumo exagerado dos recursos naturais.
Todas as nossas ações, desde
as mais simples, como usar o celular, tomar banho, fazer compras, assistir
televisão etc. deixam marcas no meio ambiente, acumulando a chamada Pegada
Ecológica, ou seja, os rastros que deixamos na Terra em nossa passagem. Mas
você sabe o que anda fazendo para aumentar essa escassez e quantos planetas
seriam necessários para manter seu padrão de vida?
Na página da organização
ambiental Global Footprint Network (GFN), na internet (http://goo.gl/d1NRv -
está em inglês, mas tem a troca de idioma ao colocar a localização), existe uma
ferramenta que calcula o comportamento individual das pessoas, apontando em
quais áreas, entre transporte, alimentação, bens, serviços e moradia, você
deixa mais impacto. O resultado também apresenta quantos planetas seriam necessários
para sustentar seus hábitos de consumo caso todos no mundo agissem igual.
O conceito de Pegada
Ecológica surgiu depois que ambientalistas desenvolveram uma metodologia que
avaliava se os seis principais recursos renováveis (agricultura, pastagem, pesca,
florestas, energia e CO²), estavam nos seus limites de renovação.
Essas pegadas vêm sendo aos
poucos contabilizadas no mundo todo. Países como Brasil, Catar, Kuwait,
Emirados Árabes Unidos, Dinamarca, Estados Unidos, Bélgica, Austrália, Canadá,
Holanda e Irlanda já passaram pelo cálculo. É possível mensurar que a população
mundial utiliza mais de 50% da capacidade desses recursos.
O relatório de 2012 sobre a
Pegada Ecológica em São Paulo, feito pela ONG WWF-Brasil em parceria com outras
organizações, revela que o Estado vem consumindo muito mais do que
deveria. “A Pegada Ecológica média do
Estado de São Paulo é de 3,52 hectares. Isso significa que, se todas as pessoas
do planeta consumissem de forma semelhante aos paulistas, seriam necessários
quase dois planetas para sustentar esse estilo de vida”, diz a pesquisa. O
estudo aponta também que as maiores marcas estão ligadas as áreas da
agricultura e pastagem, o que “representa mais da metade da pegada ecológica
dos paulistas e dos paulistanos, sendo consumidos principalmente em forma de
alimentos pela população”.
Responsável pelo escritório
paulistano da Ecossistemas, consultoria especializada na análise estratégica
para a sustentabilidade de projetos, Fabrício de Campos diz que só é possível
saber a dimensão do impacto causado e quais medidas devem ser tomadas após a
realização dos cálculos feitos em cada região. “É muito importante termos o
diagnóstico, porque nós só vamos saber quais são as medidas eficientes depois
do resultado”.
É necessário que a população
também faça o teste individualmente, aconselha Fabrício, já que compete a todos
o dever de fazer as devidas mudanças que irão contribuir com essa diminuição.
“O consumidor precisa reduzir essa pegada, mas primeiro carece saber onde
impacta mais”, alerta. “Cabe também ao poder público criar políticas e
investimentos em infraestrutura que facilite essa mudança do cidadão, por exemplo:
é difícil alguém optar pelo transporte público. É fundamental uma nova opção
que não seja o automóvel. É preciso um pacto de todas as esferas”, completa.
Herick Melo, que atua em um
banco como administrador de redes fez o teste. Se todos vivessem como ele,
seria necessária uma capacidade de regeneração de 1,4 hectares globais, ou
seja, quase um planeta e meio para sustentar seu padrão de vida. Sua Pegada
Ecológica está acentuada nos gastos com comida, serviços e bens. Porém, Herick
acredita fazer mais uso da energia elétrica e confessa saber pouco sobre como
ajudar o planeta. “Utilizo bastante energia elétrica. Uso carro e moto com
pouca frequência e não jogo lixo eletrônico em qualquer lugar, procuro sempre
separar para reciclagem. Posso fazer mais?”.
Fabrício de Campos esclarece
que sim. “Em geral a Pegada Ecológica mundial tem uma grande parcela de
contribuição no uso de energia, é fundamental diminuí-lo. Já a média do
brasileiro está no consumo de carne bovina. Por isso para o Brasil baixar a pegada,
é necessário fazer uma mudança na dieta da população”, recomenda.
O objetivo do cálculo da
Pegada Ecológica é analisar se o consumo humano está em conformidade com a
biocapacidade do planeta e orientar de forma que possam tentar ficar em
equilíbrio.
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